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Ophélia

Livros. Filmes. Música. Poemas.

Ophélia

Livros. Filmes. Música. Poemas.


Publicado por Patrícia Caneira

27.05.20

Se há coisa que eu prezo muito é organização. Desde que me conheço que faço listas diárias com tarefas, calendários coloridos com prazos de entrega e datas importantes, tenho agendas de várias formas e feitios e os meus apontamentos são (modéstia à parte) um pináculo da criação, que geralmente me roubam mais tempo que o suposto.

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Como apaixonada que sou por todo esse universo, existem algumas pessoas pelo mundo das redes sociais que me inspiram e que são verdadeiramente motores para a minha produtividade. Sei que muitas pessoas têm dificuldade em estudar e adiantar trabalho e eu descobri estas contas precisamente quando passei por essa situação. Desde aí, sempre que me sinto menos motivada para trabalhar, perco 10 minutos a ver um vídeo e o trabalho começa a render.

A primeira conta que vos mostro é a da Mariana Vieira, que nos fala através de vídeos no Youtube não só de produtividade, dicas de estudo e planeamento mas também de organização de orçamentos mensais, rotinas e livros. Os vídeos da Mariana são falados em ingês mas mesmo para quem não é fluente na língua são bastante acessíveis e transmitem principalmente uma sensação de calma e controlo, ideal para quem muitas vezes sente que tudo nos foge das mãos. 

A segunda conta que vos trago é a Ways To Study que pertence a uma miúda de apenas 19 anos, que está no segundo ano do Bacharelato e que para além de dicas de estudo faz também vários Study Vlogs, isto é, mostra-se efetivamente a estudar, ter aulas online e tirar notas, o que pode ser a solução para quem nestes tempos de pandemia precisa de companhia. 

O gosto por este tipo de conteúdos não é algo que eu tenha em comum com ninguém que conheça mas sei que por aí, estes são tempos difíceis não só porque estamos a chegar ao fim do semestre e à época de exames mas também porque a pandemia veio alterar de forma significativa a nossa rotina e concentração.

E desse lado, já alguém decidiu experimentar este método? 


Publicado por Patrícia Caneira

20.05.20

Quando a primeira temporada chegou em 2017 fiquei completamente colcada ao ecrã. A história do suicídio de Hannah Baker tornou-se o assunto do momento e era raro conhecer alguém que não tivesse visto pelo menos um episódio. Na primeira temporada tudo gira em torno deste acontecimento e das razões que lhe deram lugar.

As imagens são brutais, não só no bom sentido mas porque são extremamente explícitas, ao ponto de me terem deixado enjoada durante longos dias. Sim, não é uma série para pequenos nem tão pouco para quem for mais sensível.

Já a segunda temporada foi uma desilusão, eu queria muito acompanhar a história mas sentia que ali estavam apenas a prolongar o que não devia ser prolongado. Mas lá terminei a esforço e na passada semana devorei a terceira temporada, essa sim, que me voltou a colar à TV. 

O que 13 Reasons Why tem é que fala de coisas que incomodam e que raramente têm lugar numa série dita juvenil. E 13 Reasons Why é muito útil por isso, não só para quem passa por dificuldades durante os terrivéis anos do secundário ou até mesmo da faculdade mas para todas as famílias que muitas vezes se sentem sem saída. 

O suícidio, a violação, o bullying, a depressão. E o amor, que pode curar ou levar a tudo isto. O que a série de Joseph Incaprera tem conseguido é explorar estes incómodos de uma forma muito direta, sem grandes segredos mas com o mistério e tensão necessários. Hoje saiu o trailer da nova e última temporada, que chega à Netflix a 5 de junho e se cumprir o que estas primeiras imagens prometem, tem tudo para acabar em grande. 

Tal como aquele grupo de miúdos gostava de saber muito mais antes de amigos perderem a vida, eu também gostava de ter visto estes episódios antes de ter crescido. Podiam ter sido catalisadores de coisas melhores, podiam ter salvo a vida de alguém que conheci pelo caminho. 

E vocês, acompanharam as últimas temporadas? 

13 Reasons Why
3 temporadas
Netflix
★★★★☆

 


Publicado por Patrícia Caneira

13.05.20

The Half Of It é a comédia romântica mais recente da Netflix e confesso que por aqui sou fã do género, principalmente quando quero muito assistir a algo mais leve e depois de uma temporada em que tudo o que vi foram policiais, séries de ficção científica e documentários dramáticos. 

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Aventurei-me no filme sem grandes espectativas, já que este formato é comum na plataforma e nem sempre surpreendente. Quem diria que se ia tornar numa das histórias mais bonitas que já vi.

É certo que durante 1h40 assistimos a muitos clichés: um secundário onde os populares são filhos de pais ricos e bem parecidos que dificultam a vida a uma adolescente chinesa e nerd, Ellie Chu (intepretada pela belíssima Leah Lewis), encarregue de fazer os trabalhos de casa de toda a turma a troco de dinheiro, que paga as contas lá de casa. 

No entanto, é quando Paul (Daniel Diemer), um miúdo pateta lhe pede ajuda para escrever uma carta à rapariga por quem está apaixonado, Aster Flores (Alexxis Lemire), que a vida de Ellie muda completamente. À medida que se vai correspondendo com Aster, Ellie percebe que isto é muito mais do que um trabalho. E fico por aqui para não vos dar mais spoilers.

Acho que a magia deste filme é que vai contra tudo o que estamos à espera. Apresenta-nos uma cinematografia bonita, um diálogo carregado de referências literárias e uma visão do amor que não é comum nestes filmes. Esta é uma história sobre nem sempre sermos amados pela pessoa que amamos, que ganha pelo seu caminho até mais do que pelo final, que nos ensina de forma simples e discreta isto de existirmos no mundo.

E por aí, já viram The Half Of It? O que acharam? 

The Half Of It
Alice Wu
Comédia Romântica
1h44
★★★★☆


Publicado por Patrícia Caneira

09.05.20

Acho que já perceberam, por algumas dicas que vou deixando aqui e ali, que sou estudante de Comunicação, mais especificamente de Jornalismo. E que isso influencia bastante a forma como descubro coisas ou opino sobre elas. Foi assim que me chegou às mãos na última semana o filme biográfico Veronica Guerin.

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Lançado em 2003, o filme está disponível para alugar e comprar no Youtube e conta a história verídica de uma jornalista que se tornou um ícone por investigar os barões de droga de Dublin e as suas relações com o IRA. Entre artigos publicados que denunciavam nomes e alcunhas, Veronica tinha encontros com traficantes que em troca do seu silêncio lhe revelavam novos detalhes. As coisas complicam-se à medida que a investigação avança e depois de ameaças e espancamentos, a jornalista acaba assassinada. 

Este é um final que se espera desde o ínicio porque todas as peças do puzzle nos indicam a fatalidade da história, mas o desfecho final ganha por ter trazido a público o nome de todos os envolvidos no tráfico que acontecia nas ruas irlandesas, incluindo o do cabecilha do grupo. Todos foram condenados e no ano seguinte, a taxa de crime em Dublin reduziu 50%. 

Uma história que fala de coragem e determinação. Este é o exemplo claro de uma mulher que coloca a verdade acima de tudo, mesmo quando isso significa arriscar a sua vida e a da sua família. É um daqueles exemplos que nos mostra a versão romântica do jornalismo, a busca pelos factos, mesmo quando tudo à nossa volta nos quer calar. 

Foi por esta versão romântica que me aventurei no jornalismo. Esta profissão que tem como regra não ter medo e informar, mesmo o que incomoda. Quer dizer, principalmente o que incomoda. Claro que não iremos falar aqui, do que atualmente é o jornalismo e de todos os problemas que levariam a profissão à terapia. Mas quero acreditar que há por aí muitas Veronicas Guerin, que até eu um dia poderei ser uma. Se assim não fosse, não fazia sentido continuar no barco. 

Já conheciam a história de Veronica Guerin? 

Veronica Guerin
Joel Schumacher
Biográfico
1h38


Publicado por Patrícia Caneira

06.05.20

Pois é, eu devia vir aqui escrever sobre Travessuras da Menina Má. Mas falhei, preciso de mais tempo para chegar ao fim da obra de Vargas Llosa. E confesso que quando A Educação de Eleanor me chegou cá a casa, não resisti. Ler livros em horas ou dias fascina-me porque significa que são bons, mesmo bons. No entanto, vi-me forçada a parar a leitura contínua quando me lembrei que tinha dois manuais enormes para ler sobre jornalismo e conflito. Foi exatamente por isto, que não o devorei num só dia. Foram precisos dois.

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Não é por acaso que a obra de Gail Honeyman é um bestseller, nem é por acaso que este foi eleito o livro do ano pela British Book Awards. É porque este é um livro completamente diferente de tudo o que até hoje tinha lido. Não é o primeiro que me faz chorar mas é certamente o primeiro que num capítulo me tem a rir à gargalhada e no segundo me deixa em lágrimas. Essa é uma das magias da obra. A outra grande magia é Eleanor Oliphant. Que personagem!

O livro conta a história de Eleanor, uma mulher nada dada a interações sociais, com uma rotina certa que se baseia em trabalhar de segunda a sexta, beber vodka durante o fim de semana e estar sozinha. Como sempre esteve. Mas esta solidão e dificuldade de interação, tem motivos válidos que vamos percebendo ao longo da história. Não é apenas a questão de um mau passado, nem de dificuldades que para mim são inimagináveis mas que sei que existem. É que Eleanor nunca foi amada, por ninguém e isso é caso sério. 

Há pessoas, as mais fracas, que temem a solidão. O que não compreendem é que há nela algo de muito libertador; assim que percebemos que não precisamos de ninguém, podemos cuidar de nós próprios. É precisamente essa a questão: é melhor cuidarmos só de nós próprios. Não podemos proteger as outras pessoas, por mais que tentemos. Tentamos, e falhamos, e o mundo desmorona-se à nossa volta, reduzindo-se a cinzas. 

Durante o seu caminho, cruza-se com um colega de trabalho e ambos assistem ao acidente de um velhote, Sammy. Graças a este episódio a vida de Eleanor dá voltas e cambalhotas e tudo aquilo que tinha como garantido deixa de ter. Mas não vos quero dizer mais nada, porque a delícia desta obra está em mergulharem sem saber bem ao que vão. 

A solidão, o passado, a perda, as pessoas, as interações. O que esperam de nós e o que nós esperamos da vida. Não sei se alguma vez esta história me vai sair do peito, confesso que tenho um nó na garganta que teima em não sair desde que acabei o livro. Gostava de um dia encontrar Eleanor ao acaso na rua e abraçá-la, sem dizer nada. Trocar as palavras por gestos, tenho a certeza que ela entenderia tudo o que quero dizer. 

Até hoje, quando me perguntavam qual o meu livro favorito tinha alguma dificuldade em dizer apenas um, rondava uns três ou quatro que estão no topo da lista, mas nenhum em concreto. Agora já tenho resposta. 

E por aí, já leram A Educação de Eleanor? O que acharam? 

A Educação de Eleanor
Gail Honeyman
328 páginas
★★★★★
 
 


Publicado por Patrícia Caneira

02.05.20

Isto das memórias tem muito que se lhe diga. Volta e meia embriagada na nostalgia, dou por mim a pensar que tive uma infância recheada de coisas boas. Esta semana, quando me deu aquela saudade de ouvir as chávenas de café nos balcões, lembrei-me que sou uma sortuda por ter uma estante com muitos livros. 

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Rosa, Minha Irmã Rosa, é o livro da minha infância. Sem querer mandar em ninguém, aviso já que devia ser leitura obrigatória para toda a gente. Não só para os mais pequenos, mas para todos mesmo. Alice Vieira tem o dom de contar histórias bonitas e marcantes através de uma escrita simples e sensível. Foi assim que me apaixonei por esta obra, que conta a história de Mariana, filha única que aos dez anos vê nascer a irmã. A partir daí, chega a grande questão: as atenções já não estão todas nela, vai ter de partilhar tudo com Rosa. E nem sequer sabe se gosta dela ou não.

Quando estou triste, gosto de ter flores ao pé de mim. Mas não é preciso que cheirem ou que sejam daquelas de pés muito altos a dormir na montra da florista. Só é preciso que estejam ao pé de mim. Que eu olhe para elas e sinta que estou tão acompanhada como se elas fossem pessoas. Sinto que há flores que nunca me poderiam fazer companhia. Os antúrios e as estrelícias, por exemplo, a delícia da minha tia Magda.

Não vou mentir e dizer que não me tocou especialmente por também eu ser filha única e por conseguir através da Mariana sentir o que é ter uma irmã, alguém por quem daríamos a vida sem pensar duas vezes, mesmo que ao início tudo seja estranho. Hoje, 13 anos depois continuo a achar que o Rosa, Minha Irmã Rosa é o livro infantil mais bonito que existe, não fosse ele ter-me ensinado em tenra idade o que é isto do amor. 

Se têm aí por casa crianças amigas dos livros, este é um presente certeiro. Confiem, daqui a uma década elas ainda se vão lembrar da Rosa e da Mariana. E é isso que torna um livro para a vida toda. 

Caso não existam pequenos desse lado, dediquem-se um bocadinho às vossas memórias (vocês sabem que agora não nos falta tempo) e digam-me lá: qual é o livro da vossa infância? 

Rosa, Minha Irmã Rosa
Alice  Vieira
120 páginas
★★★★☆
 

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