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Ophélia

Livros. Filmes. Música. Poemas.

Ophélia

Livros. Filmes. Música. Poemas.


Publicado por Patrícia Caneira

06.06.20

Esta minha rúbrica costuma falar de filmes, séries e livros. Mas hoje falo da vida real, aquela a que temos de assistir sem comprar bilhete ou fazer uma conta na Netflix.

Cada vez mais sinto que este ano veio para nos fazer questionar, refletir e principalmente para nos incomodarmos com a nossa própria existência. Somos uma sociedade doente. Os protestos dos últimos tempos não deviam ser necessários em 2020 mas são, mais do que nunca. E é por isso que tenho andado mais distante das redes sociais e da internet, tenho aproveitado para me informar, para ler nas entrelinhas, para procurar refletir sobre os erros que até hoje tenho cometido em prol da ignorância. 

Não chega ser contra a violência, a descriminação e a intolerância. É preciso mais do que nunca procurarmos formas efetivas de transformar o mundo. Eu sei que esta é uma visão romântica e irreal para muitos mas a história já nos mostrou mais do que uma vez a importância da luta, do protesto e dos motins. Não é altura de cruzar os braços e fugir ao assunto só porque não é nada connosco. Até porque é. É sobre o ser humano. Não basta posicionarmos-nos contra o racismo, é preciso falarmos com a nossa família e amigos sobre o assunto, é preciso ensinarmos quem não sabe como esta questão está enraizada, é preciso mudarmos as nossas atitudes, já transformadas em hábitos, que magoam, humilham e contribuem para a violência gratuita. É preciso reconhecer o privilégio que nos foi dado.

Eu não tenho a solução milagrosa para resolver o que está acontecer mas tenho ferramentas à minha disposição e tenho de usá-las. Eu não sei o que é estar na pele de quem sofre pela cor da pele. Mas sei que tenho o dever de estar ao lado para fazer ampliar a voz de quem durante séculos foi silenciado e ainda é. Se não nos manifestarmos na rua, vamos assinar petições. Se não podermos doar dinheiro vamos ler sobre o racismo (a Rita da Nova dá sugestões muito pertinentes neste post). Se não podermos ser ouvidos no parlamento ou pelos jornais, vamos mudar a nossa forma de agir (a Yolanda Tati deixou na sua página de Instagram, um vídeo com cinco dicas para ser um aliado contra o racismo e a página It's About Empathy dá-nos ferramentas utéis de apredizagem para caminharmos na direção certa). O primeiro passo é incomodarmos-nos com o que ao longo da vida temos dito e feito e que disfarçamos com o "é uma piada". As piadas não magoam, não humilham e não contribuem para a violência gratuita.

É hora de começar a mundança pelo homem e mulher que vemos no espelho. 

 

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