Publicado por Patrícia Caneira
12.04.20
Confesso que a escolha deste livro foi completamente propositada, não fosse eu uma fã assumida desta série. Confesso também que me sinto uma adolescente no que toca a este assunto, desde a rapidez com que consumi os episódos à paixão platónica por um dos personagens (eu sei que quem conhece o Bellamy me compreende). Tudo isto foi razão suficiente para querer saber a história do papel que inspirou a história do pequeno ecrã.
Fazia 23 anos e o Continente apresentava a incrível promoção de 50%. Não resisti. Agarrei no Os 100 e levei-o comigo no comboio para Lisboa. Em parte porque já não tinha nenhum livro na lista mas também porque tinha passado duas semanas das férias do semestre a devorar as seis temporadas (sim, seis, leram bem) e precisava de aconchegar o meu coração até à estreia da sétima temporada, que só chega em maio.
Foi assim que comecei a obra de Kass Morgan. A história era o que eu já sabia: o mundo acabou e os humanos que sobreviveram passaram um século no espaço, onde as regras eram rigídas e todos os que as infringissem eram presos e condenados a morrer, mesmo os mais jovens, assim que fizessem 18 anos. Quando a nave que os acolhe deixa de ter oxigénio para todos, decidem enviar um grupo de 100 adolescentes reclusos para a terra, para testar se esta é habitável.
Bellamy olhou de soslaio para o nascer do sol. Sempre acreditara que os poetas antigos exageravam ou, pelo menos, consumiam drogas muito melhores do que as que ele alguma vez experimentara. Mas tinham razão. Era uma loucura ver o céu passar de negro a cinzento e explodir em manchas de cor. Não lhe dava vontade de começar a cantar, mas também nunca fora do tipo artístico.
Enviados à sua sorte, surpreendentemente os 100 descobrem que é possível viver ali mas manter a ordem e implementar regras não é uma tarefa fácil. Este é o primeiro livro da saga, constituída por quatro livros no total. Para mim é difícil não fazer comparações, já que estou num ponto em que sei as falas da série de cor e salteado mas a maior diferença do livro são as personagens.
Cada capítulo é contado do ponto de vista de uma delas e ficamos a conhecer histórias de vida novas. Isso foi para mim o ponto forte desta obra, que não cumpriu as espetativas. No entanto, não posso afirmar que esta não é uma boa história, principalmente para quem nunca viu a adaptação televisiva. Em tempos de pandemia, ler sobre o fim do mundo tem a sua pontinha de interesse e se querem algo simples e de leitura fácil, este é o livro certo por onde começar.
E vocês já viram a série ou leram os livros? Digam-me lá de vossa justiça!
Os 100
Kass Morgan
288 páginas
★★★☆☆