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Ophélia

Livros. Filmes. Música. Poemas.

Ophélia

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Publicado por Patrícia Caneira

10.02.22

Ainda agora o ano começou e eu já encontrei uma das minhas séries favoritas e pasmem-se! É portuguesa. Pois é, esta história do que é nacional é bom, assenta como uma luva à série que chegou em janeiro ao pequeno ecrã e que todas as quartas-feiras me tem prendido à RTP. 

A série policial gira em torno do assassinato de um jovem numa cidade aparentemente calma e marcada apenas por julgamentos insólitos: animais que desapareceram, casamentos mal resolvidos ou bares noturnos rotulados pela ilegalidade. É com a notícia da morte de André que tudo se transforma e a vida pacata de uma juíza (interpretada pela maravilhosa Margarida Vila-Nova) passa a um turbilhão de emoções enquanto tenta gerir a sua integridade profissional e o papel (muitas vezes) irracional de mãe. 

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Há suspense, há mistério, há reviravoltas e há uma cenografia bonita que nos transporta imediatamente ao cinema português. Mas penso que o segredo de CAVSA PRÓPRIA está no equilíbrio perfeito entre a intelectualidade alternativa das produções nacionais e a acessibilidade de quem encontra ali um programa para relaxar ao final do dia. 

Mais do que um bom enredo, esta série tem um cocktail perfeito de atores: Afonso Laginha que com apenas 19 anos faz um papelão como David, Nuno Lopes que veste a pele de inspetor e nos brinda com a excelência de sempre e ainda um destaque para o fantástico Ivo Canelas, que neste série interpreta a personagem mais irritante e ao mesmo tempo brilhante que vi nos últimos tempos. Do elenco não podia deixar de destacar também  Sílvia Chiola (como Clara), Maria Rueff (no papel de Alice), Catarina Wallenstein (inspetora Maria) e Gonçalo Waddington (o perspicaz advogado Renato). 

Para quem passa horas a fazer scroll na Netflix e na HBO (como eu), em busca de uma nova série para consumir sem parar, não procurem mais. O último episódio de CAVSA PRÓPRIA estreia na próxima quarta-feira, dia 16 de fevereiro e todos os outros podem ser vistos na RTP PLAY. 

 

 

 

 


Publicado por Patrícia Caneira

20.05.20

Quando a primeira temporada chegou em 2017 fiquei completamente colcada ao ecrã. A história do suicídio de Hannah Baker tornou-se o assunto do momento e era raro conhecer alguém que não tivesse visto pelo menos um episódio. Na primeira temporada tudo gira em torno deste acontecimento e das razões que lhe deram lugar.

As imagens são brutais, não só no bom sentido mas porque são extremamente explícitas, ao ponto de me terem deixado enjoada durante longos dias. Sim, não é uma série para pequenos nem tão pouco para quem for mais sensível.

Já a segunda temporada foi uma desilusão, eu queria muito acompanhar a história mas sentia que ali estavam apenas a prolongar o que não devia ser prolongado. Mas lá terminei a esforço e na passada semana devorei a terceira temporada, essa sim, que me voltou a colar à TV. 

O que 13 Reasons Why tem é que fala de coisas que incomodam e que raramente têm lugar numa série dita juvenil. E 13 Reasons Why é muito útil por isso, não só para quem passa por dificuldades durante os terrivéis anos do secundário ou até mesmo da faculdade mas para todas as famílias que muitas vezes se sentem sem saída. 

O suícidio, a violação, o bullying, a depressão. E o amor, que pode curar ou levar a tudo isto. O que a série de Joseph Incaprera tem conseguido é explorar estes incómodos de uma forma muito direta, sem grandes segredos mas com o mistério e tensão necessários. Hoje saiu o trailer da nova e última temporada, que chega à Netflix a 5 de junho e se cumprir o que estas primeiras imagens prometem, tem tudo para acabar em grande. 

Tal como aquele grupo de miúdos gostava de saber muito mais antes de amigos perderem a vida, eu também gostava de ter visto estes episódios antes de ter crescido. Podiam ter sido catalisadores de coisas melhores, podiam ter salvo a vida de alguém que conheci pelo caminho. 

E vocês, acompanharam as últimas temporadas? 

13 Reasons Why
3 temporadas
Netflix
★★★★☆

 


Publicado por Patrícia Caneira

19.04.20

Unorthodox é a nova série documental da Netflix. Mas Unorthodox é muito mais do que apenas isso, é uma estalada de realidade que nos deixa com um nó na garganta. Baseada na autobiografia de Deborah Feldman, esta minisérie conta a história de Esty (brilhantemente interpretada por Shira Haas), uma rapariga que foge de Nova Iorque, onde vive numa comunidade judaica ultra-conservadora.

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Numa altura em que achamos que a nossa liberdade está restringida, apenas porque não podemos estar todos juntos, chega ao pequeno ecrã uma história que nos entra como um murro e nos abre os olhos para o que é realmente uma liberdade restringida. Em prol da religião, estas comunidades criam os homens para rezar e as mulheres para serem boas esposas e boas mães, nada mais que isso. 

Não existe acesso à televisão nem à internet. Tudo o que estas pessoas sabem se baseia na cultura e tradição onde nasceram e cresceram. Não aspiram ser nada mais do que aquilo que lhes disseram que deviam ser. 

Não vos conto mais nada, porque Unorthodox por si própria traz todas as explicações e o que fica por perceber dá-nos vontade de pesquisar mais. Lembro apenas que esta não é uma série ficcional, não é o retrato de uma realidade do passado. Isto é a vida real que não está assim tão distante de nós.

Confesso que não é fácil não julgar, ainda para mais quando eu nasci mulher e me abriram portas para ser o que quisesse. Mas há que saber olhar para a diferença do outro e aprender com ela. Mais não seja para aprender a não reclamar tanto, a agradecer a liberdade que me foi oferecida e a continuar a lutar pela opressão que ainda resiste. 

Mais do que um bom serão, Unorthodox é uma aula de história necessária e se estes tempos servem para alguma coisa, então que seja para aprender. 

Unorthodox 
4 episódios
Netflix
★★★★★
 


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